sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A sobrA

umA coisA nÃo sAi dA cAbeçA;
pois tem Algo sobrAndo aqui;
estrAnho, de dentro;
e hoje, A letrA é outrA.

AlmA, estÁ sobrando;
ou estÁ fAltAndo;
isso é impossível de sAber;
mAs é fÁcil sorrir, sem sAber.

A horA de pArtir estÁ Aí;
esperAnçA que sejA indolor;
esperAr, cAnsAr;
e ver que umA letrA pode tudo mudAr.

repousAr intensAmente;
terminAr todA essA merdA;
fAzer algumA coisA sem elA
sem essA mAlditA letrA.

morrer, ou viver.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Dias.

Tumulto, tumultuar, tumultuando;
e quando menos esperou que daria errado, deu.
Os últimos sorrisos vistos foram domingo, e hoje já é quase sexta;
mas a quinta não quer acabar, não quer dar passagem pra ela chegar.

Pior dia da semana, sexta-feira;
era pra ser o melhor, mas não, faz questão de contrariar.
Sexta-feira, não comece com as suas traquinagens ridículas;
nem ouse começar.

Destruíram você, sexta-feira;
acabaram com o seu charme, sua estúpida.
A única coisa que tem a fazer é esperar o sábado;
e ver se, com ele, a alegria aparece novamente.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sangue

O sentimento de hoje é o ódio.
Ódio misturado com dor, que, junto com um rosto e um punho, resulta em sangue e, às vezes, pode parir a morte.
Meu presente pra você é a minha total indiferença, mas ainda preciso aprender utilizá-la.
Todos os sorrisos são vazios, expressam o mais puro ódio, mas, graças às técnicas de disfarce, fica difícil perceber.
Levanto a cabeça e abro os meus olhos de um jeito diferente.
Meus olhos verdes logo encontram o destino. Meu eu, minha alma.
Procuro forças pra continuar, e as encontro nos lugares mais improváveis que poderia encontrar.
Transformo os sentimentos ruins em coisas boas, pra combater a maldade que me ronda.
Desejo-lhe boa sorte, do fundo do meu coração. Coração que ainda é seu, mas, em principalmente meu, e faço o que bem entender com ele.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Deserto

Com o braço machucado, seguiu andando. O terreno era árido e desconhecido.
Com os pés descalços, podia sentir o quanto o chão estava trincado, pois os olhos foram inutilizados, por culpa de uma luz intensa.
Dez passos após, sente um espinho entrar em um dedo. A sensação de algo molhado. Sangue? Talvez.
A dor domina a mente. A dor da nova ferida.
Mas ela vai sarar.
Todas feridas externas saram.
Feridas internas, não.

Seu nome

Comprei uma bala para o meu revólver,
e nela seu nome mandei gravar.
Pois ela é sua,
do seu coração,
do seu fígado,
onde ela acertar.

No disparador,
meu nome está gravado.
Quando disparado,
ficará marcado ao lado do seu,
alojado em seu corpo,
até o fim.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Espera

As lágrimas que escorreram momentos atrás e não foram limpas, agora ficam como sujeira em seu rosto.
Em uma tentativa de se recompor, finge que nada aconteceu.
Mas o momento não é pra isso. Momento sujo e impróprio, que nenhuma pessoa mereça saber.
Tenta levantar e ir ao banheiro para limpar a sujeira, mas só consegue rastejar, e ainda com aquela maldita música em sua cabeça.
Acordes vazios que, misturados com o silêncio do fim de mais uma noite, trazem lembranças de um passado próximo, mas que já virou história.
Começa lembrar de todas as pessoas que fez questão de matar, em seus pensamentos.
Seria ele um assasino? Um ladrão? Ou somente alguém que destruiu a vida de vários? Não sei.
Se esforça para lembrar de uma época que era feliz. Não, isso não. Lembra sim. E hoje ele é feliz.
Recorda-se de todos os momentos bons de sua vida, pois estão guardados em seu cérebro que não deixa passar nada, desde aquela complicada fórmula de física até um simples número de telefone.
Ao abrir a janela, vê os carros frearem bruscamente. Sim, os carros, pois os motoristas não estão em seu campo de visão.
O guarda da construção em frente à sua janela, do outro lado da rua, deve pensar que ele é louco, pois o seu olhar perdido é revoltante, doloroso. Mas já são seis horas da manhã.
Tirou a essa expressão de choro da cara e levantou-se, pois lembrou-se que ama e é amado.Agradeceu a deus, que ele faz questão de escrever em letra minúscula, por tudo isso.
Espera o fim de semana. Só isso que ele espera.
Mas agora não é a hora da lamentação.
É hora de comer um pão, ler o jornal, traçar metas, perder o medo e, simplesmente, ser feliz.
O que o dia tem de prazeroso pra ele?
Cada momento que ainda vai acontecer.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Morte.

Corra, fuja.
O futuro é incerto.
A vida é certa.
Certa que vai terminar.
Sem a certeza de começar novamente.
A vida é certa.
De uma forma errada.
Nos erros que as coisas se arrumam.
A vida é certa.
Incerta.
Bela.
Assustadora.
Preencha abaixo.
A vida é __________.

Para ser vivida.
Vida.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Vidas surreais

"Mais um que não faz diferença", pensando sobre sua vida.
Vida essa que se resume do seguinte modo: Acordar, comer alguma coisa, trabalhar, almoçar, trabalhar, jantar, estudar, comer novamente e dormir. Pra tudo começar novamente, à partir do acordar.
O dono dessa vida poderia ser triste, mas não é. Provavelmente é mais uma pessoa decepcionada por não conseguir mudar o mundo, não conseguir mudar a forma das pessoas pensarem.
Tenta sempre mudar o amor, do seu jeito, mas aparentemente nunca consegue.
Tenta sempre mudar a vida, do seu jeito, e só se decepciona.
Tenta sempre mudar as pessoas, do seu jeito, e assim que se vira, é enganado e sofre calado.
Esse é ele.
O que tenta mudar tudo e todos, moldá-los ao seu jeito, mas acha que nunca consegue.
Esse é ele.
O que tenta.
Tenta mudar, sempre.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Sonhos

Acordou assustado e olhou para o lado. Nada daquilo era o que estava acostumado a ver quando acordava normalmente.
Era tudo belo, colorido.
À sua frente, apenas um muro colorido, com algumas misturas de cores que nunca imaginara. Olhou para a direita e viu pessoas conversando, como se fossem iguais. Do lado esquerdo estavam as posses materiais. Sim, todos tinham posses e isso, para ele, era como um socialismo que tinha funcionado.
Por mais estranho que possa parecer, faltava-lhe coragem para olhar pra trás.
Chegou até ali, mas o medo lhe proibia de olhar pra trás.
E assim ele vive.
Com medo de olhar pra trás, de reconhecer quem era até um minuto atrás.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Recomeço

Título clichê para um novo blog.
Como fugir disso, se todo dia, toda hora vivida, na verdade, é um recomeço. Aproximadamente duas bilhões de células do corpo do ser humano morrem e são substituídas por dia, vontades surgem, ideias aparecem e desaparecem na mesma velocidade, opiniões surgem e são omitidas.
Diferenciar o bem e o mal, o saudável do nocivo.
Experiências de vida, filmes, músicas. Uma forma de espantar os demônios e recomeçar. Sempre.