sexta-feira, 9 de março de 2012

Tudo que preciso.

Um assovio ecoava pelo condomínio, misturado com cheiro das ondas do mar e muitos sonhos. Sonhos de um menino simples, que não sabia de onde vinha aquele som, nem de quem era, mas isso impulsionava seus sonhos de menino, que hoje são sonhos de um homem.
Descia pelo elevador e sentia-se excluído, deslocado, mas ainda adora a lembrança daquele lugar. O assovio lhe dava esperanças, de ser aceito, de ser alguém na vida, um dia.
Detalhes que poucas pessoas lembrariam, vinte e dois anos depois, parecem claros quando fecha os olhos. A roupa simples o diferenciava das outras crianças, além dele achá-las fúteis demais. Era a primeira vez que entrava em uma quadra de tênis e, mesmo fazendo um único ponto numa brincadeira, sentiu-se especial.
Hoje, ouvindo o mesmo assovio, os sonhos estão mais vivos que nunca. A diferença é que, agora, ele vai conseguir.

Eu vou conseguir.

Tudo que preciso é um pouco de paciência.